terça-feira, 28 de setembro de 2010

A Última Guerra

Em Myr sempre houve desavença entre os povos. Divergências culturais, morais ou até históricas sempre geraram atrito. Já a inveja e cobiça são sentimentos mais comuns entre os humanos, e como a raça mais numerosa de Myr, as guerras entre eles acontecem frequentemente. Pequenas guerras e disputas por território sempre aconteceram, derramando o sangue de muitos inocentes por séculos, mas a obsessão de um homem chegou a tal ponto que até as raças mais nobres foram envolvidas na chamada Última Guerra.
Os humanos são conhecidos por sua avidez por conhecimento e riquezas, por viverem bem menos que a grande maioria dos habitantes do continente. Tanto anões e gnomos, quanto elfos e halflings os veem como seres impacientes e impulsivos, mas de certa forma os respeitam por conseguirem ser até certo ponto civilizados e aprenderem facilmente o que seus antepassados demoraram séculos para desenvolver.
Magia sempre foi utilizada por todas as raças e sempre foi temida por seu poder. Um mago em especial, de nome Zev Zevish, estudou todos os tipos de magia a procura de uma forma de conseguir uma vantagem sobre todas as outras raças. Através de muitos anos de experimentos, Zev esqueceu-se do que queria a princípio: Proteger a raça humana. Descobrindo finalmente uma forma de utilizar sua magia da forma que imaginou, mesmo que esta estivesse completamente conturbada.
 O mago logo ascendeu a um posto de confiança nas forças militares de Gaer, onde construía armas de guerra, mas seu objetivo maior era por em prática o produto de seu estudo, não importando os meios.
Durante anos, Zev Zevish participou de grupos de procura de metais preciosos, muito valiosos em Myr, pois todas as raças o utilizavam, despertando a cobiça de todos sem distinção. Manipulando os grandes governadores e reis humanos, Zev conseguiu que vários exércitos se juntassem no antigo Monte Magurash para proteger os preciosos metais que lá se encontravam. Elfos e Anões, ao saberem que os humanos estavam construindo uma grande mina no coração do monte, enviaram comitivas para negociar termos de divisão dos tesouros, mas todas foram dizimadas pelos exércitos comandados por Zev, que mantinha todas as rotas vigiadas, assim gerando inimizade e consequentemente fomentando uma inevitável guerra.
Um cerco foi formado na mina de Magurash, sendo mantido por anos. Zev se utilizou deste cerco para testar muitos tipos de magias de guerra. Após muitas baixas em todas as frentes, Zev levou a batalha para o topo do monte, onde ordenou que suas forças formassem um circulo e se defendessem dos ataques dos elfos e anões. Ali, Zev Zevish finalmente encontrou o momento para utilizar sua tão temida magia. Ao quinto dia de combate no topo do Monte Magurash, Zev subiu aos céus, muitos metros acima da batalha, e entonou seu canto maléfico, tão alto que todos os guerreiros abaixo simplesmente paralisaram e olharam pra cima. Segundos depois este canto ecoou sete vezes, e a cada vez, era seguido por gritos agonizantes dos soldados comandados por Zev. Ao ecoar a sétima vez, todos os humanos ali batalhando ajoelharam-se com a agonia que subitamente lhes era causada e de suas bocas e olhos uma fumaça negra saia, como se suas entranhas estivessem sendo consumidas pelo mal. E, sem que ninguém tivesse chance de reagir, uma explosão de proporções épicas, que fora vista e ouvida em todo o continente acontecera, simplesmente desintegrando todos os que ali estavam menos Zev, que observava a concretização de seus sonhos conturbados que transformara Magurash em uma grande cratera, rindo copiosamente.
Em todas as grandes cidades envolvidas, magos observavam de longe o plano de Zev Zevish se concretizar e percebiam o quanto foram manipulados e enganados pelo mago e quase que instantaneamente formou-se uma aliança entre todos os magos do continente, a chamada Aliança dos Observadores, liderada pelos cinco grandes magos de cada raça: Albadelin, o humano; Kulidar, o anão; Ganalar, a elfa; Hypit, o halfling e Tufizz, o gnomo.
Ao retornar para Gaer, Zev Zevish se deparou com um exército de magos, pronto para prendê-lo e no comando desses magos, os cinco grandes mago, esquecendo suas desavenças para combater o mal que Zev apresentava para todos os habitantes de Myr.
Antes que Zev pudesse reagir, uma chuva de energia magica envolveu seu corpo, esticando seus membros e o levantando-o do chão. Com um olhar julgador os cinco magos entoaram, em uníssono: “A morte é pouco para o mal que causastes! Vai-te agora para um lugar onde sofrerás a dor de todos que sacrificastes e de onde nunca mais voltarás! Enquanto sofres, repensa tua vida e morras arrependido!”.
Em um movimento de mãos rápido de cada um dos grandes magos, um grande portal se abriu atrás de Zev Zevish, enquanto o corpo relutante do mago era empurrado pela energia dos magos que ali estavam. Em outro movimento rápido, o portal se fechou, ecoando um grito de raiva e desespero, que amedrontou até o mais corajoso guerreiro que observava a cena.
A partir deste dia, um pacto fora assinado pelos cinco magos, obrigando cada povo do continente a manter sempre seus usuários de magia sob controle, e assim, criando as 5 grandes escolas de magia, que além de ensinar, controlam o saber de todos os magos de Myr, impedindo-os de perpetrar os estudos de Zev Zevish. E também a partir deste momento, um grupo de guerreiros mágicos, chamados de Observadores fora criado, para manter a ordem sobre a magia.